segunda-feira, 20 de abril de 2009

entre caminhadas e peregrinações

Ir com a Senhora Fátima a pé 150km até à Cova da Iria não é uma experiência que se preste a descrições. Para além da fronteira do desafio físico e psicológico inegável, tudo o resto são variáveis e boas surpresas. Como alguém que todos sabemos quem, disse na reunião de preparação para a peregrinação, varia tudo e mais alguma coisa: nós de ano para ano, a nossa saúde, o tempo, o nosso estado de espírito, as nossas motivações, as dores, por aí fora. Há coisas boas que às vezes se mantém… as enfermeiras, os massagistas, as cozinheiras… A variável contudo, mais interessante, é que nunca sabemos o que Ele tem planeado. A boa notícia é que, seja o que for, é bom e para o nosso bem maior. Fazer uma peregrinação é como tudo o resto que se faz com Deus: trabalho de equipa. Numa peregrinação a nossa parte é principalmente ir andando – literalmente. Depois há outras coisas, claro, que podemos fazer. (mas isso é fruta para outra salada). Tudo o resto é com Ele. Por isso o vou tratando por Patrão. Anda nos seus afazeres, que não nos diz quais são - porque está claro que, patrão que é patrão, não tem que dar justificações -, só nos pede que façamos a nossa parte mediante as nossas capacidades; é Ele quem faz funcionar os nossos esforços e no fim garante que a empresa funcione, cresça e se exceda. Nós no bolo pomos a motivação, o trabalho e a disponibilidade. Simples, não é? É assim que duma peregrinação podem sair maravilhas. É que, como sabem, nas boas empresas que funcionam bem, como a deste Patrão, quando alguém faz um grande esforço, assim um trabalho de mérito especial, então isso perece um prémio… ah pois é! Pensam que os créditos ficam por mãos alheias? Nem pensar! E não fica por aqui. É que ainda há a Mulher do Patrão, aquela que chamam de Senhora. Gosta tanto de nós que nos apoia a viagem toda, nos recebe à chegada e nos mima imenso. Às vezes até nos carrega ao colo, ou pede a alguém que nos vá lá dar uma mãozinha -, e às vezes mesmo duas -, quando o caso fica preto. Até há privilegiados que foram vistos a andar discretamente uns centímetros acima do solo… [LoL] É que esta Senhora tem muito poder junto do Patrão. Ele faz-lhe as vontades todas e Ela, como gosta que a gente lá vá ter a visitá-La, não nos falta nada. Ou mesmo que falte, Ela depois compensa.

Percebem agora porque é que peregrinar não é o mesmo que fazer caminhadas? É que são organizações diferentes – este Patrão de que vos falo, só se mete nas peregrinações…

Depois há ainda outra coisa. É que Ele sabe o valor do sofrimento, porque Ele sofreu muito e antes de nós, por isso dá muito valor. Este é um tema difícil, que isto de sofrer ninguém gosta, nem o Patrão. Bom, sofrer por sofrer não tem sentido – sentido tem a capacidade de sofrer com Amor em prol de outrem. Pois então se eu for capaz de dizer: isto até me custa fazer, mas por Ti fá-lo-ei sem olhar para trás; se me esqueço de mim para benefício de outros; se consigo oferecer algo que para mim tem valor de sofrimento – então isso não tem muito valor? Já o Fernando dizia, “que tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Pois tem valor, claro que tem. É redentor. É fermento na massa. Aumenta os volts à luz da alma e faz-nos ver mais longe. Faz o coração crescer. Quando era pequena a minha mãe dizia para eu comer os corações que fazia bem, e eu, como provavelmente muitas crianças, achava o máximo engolir corações, acreditando que o meu ficava maior. Entretanto percebi que isso é possível, mas não é a comer corações no prato ao almoço. Hoje em dia vou com a Senhora a pé nas peregrinações do Patrão.

domingo, 12 de abril de 2009

entre a vida e as fotosz

O que eu gosto na fotografia é o tem de semelhante com a vida e a capacidade que tem de a revelar (intralmente, neste caso). Qualquer um percebe que o que faz uma boa fotografia não é necessariamente o objecto em si mesmo, mas a forma como se olha para ele. Tomando a mesma realidade, podemos ter algo de muito belo, ou de completamente vulgar. É como a nossa vidinha... dependendo de como olhamos para o que temos, podemos possuir a Beleza,ou viver na escuridão. São uma escolha e uma decisão como quaisquer outras. E quem disser o contrário mente. É assim. Mai nada.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Ele anda aí...

Deus não é história. Deus não passou à história. É Deus connosco quem escreve a história.
Deus não está num sítio longe e inacessível como nos parece o céu, imune e inerte a tudo o que se passa cá em baixo na terra. Deus não é coisa de comicbooks. Deus não são histórias elevadas dum livro importante a que chamamos Bíblia. Regras? Mas quais regras? Eu cá gosto do Santo Agostinho, aquele que disse ah e tal... Ama e faz o que te der na mioleira. Deus é imprevísível. Cristo foi o mais imprevisível de todos os homens. O Espírito Santo é total e absolutamente imprevisível. "Sopra onde quer...". Deus não morreu nas páginas de nenhum livro... está vivo, caneco! Ele existe! É palpável, é sensível, é mais real que todos nós juntos. Deus é arrepiante, é entusiasmante, é fogo, é luz, é poder em andamento! Deus importa-se! Deus sente a nossa ausência, a nossa desconfiança, o nosso desdém. E, mais extraordinário que isto tudo, é que está aí p'ró que der e vier. E fica melhor... é omnipotente (eh eh). E agora a cereja no topo do bolo: Ama-nos! (não é extraordinário? é que vejam bem, estamos a falar de Deus!!...) E tudo o que faz ou deixa de fazer é puro Amor; não passa de Amor (bom.. então não há nada a perder...). Conhecer Deus? fácil... coloquem Amor no coração. Falar com Deus? fácil... dirijam-se a Ele com Amor. Amizade com Deus? fácil... amem-No de volta (de resto, é só o que nos pede). Serem eternamente felizes? fácil... nunca, mas nunca em nenhuma circunstância O larguem; confiem sempre, no matter what. Ad Eternum.