sexta-feira, 27 de junho de 2008

Ser melhor

já houve quem me dissesse, a propósito das relações humanas, que quando as pessoas se estão a conhecer, que hão-de conhecer o seu melhor e o seu pior... E dizem, é mesmo assim. Dá-me bicho carapinteiro esta ideia... À partida, que dizer? É verdade... bem, pois sim... É verdade. É verdade, mas não chega. Não é só. É que este lugar comum parece-me assim como quando se encontram águas paradas... é daqueles sitios onde não existe renovação...no pasa nada. Que hei-de dizer...? Não consigo deixar de esperar que as pessoas dêm o seu melhor, que nisso coloquem todo o seu ser. "Sede perfeitos como o vosso Pai do céu é perfeito"... Se podemos ser melhores, porque havemos de ser piores? E porque não havemos de poder ser melhores todos os dias da nossa vida? Porque dá trabalho? Porque implica deixar carga pelo caminho? Prescindir de si? Porque traz sofrimento? Porque a humildade é dificil? Porque exige determinação e coragem? Talvez sim a tudo isto... E não vale a pena?Quando um dia me perguntarem que trazes tu nas tuas mãos, ainda que não leve tesouros para oferecer, que tenha feito ao menos tudo o que pude para obtê-los... e certamente que no caminho alguma pedrinha semi-preciosa consegui agarrar... mesmo sem dar conta... :O)

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Hino

Que importa se é tão longe, para mim,
A praia aonde tenho de chegar,
Se sobre mim levar constantemente
Poisada a clara luz do teu olhar?

Nem sempre Te pedi como hoje peço
Para seres a luz que me ilumina;
Mas sei que ao fim terei abrigo e acesso
Na plenitude da tua luz divina.
Esquece os meus passos mal andados,
Meu desamor perdoa e meu pecado.
Eu sei que vai raiar a madrugada
E não me deixarás abandonado.

Se Tu me dás a mão, não terei medo,
Meus passos serão firmes no andar.
Luz terna, suave, leva-me mais longe:
Basta-me um passo para a Ti chegar.

sábado, 14 de junho de 2008

Se compreendermos o que Deus realiza por nós...

carta...

reencontrei de novo esta carta...as palavras não são minhas...
a apresentação dispensa-se... quem não conhece esta flôr-de-sal desafio-o a descobrir... a quem conhece, desafio-o a deixar-se salgar novamente... :O)

"É numa comunhão pessoal com o Deus vivo que podemos encontrar forças para lutar com um coração reconciliado. Sem vida interior não poderíamos permanecer firmes nas nossas decisões. Em Deus encontramos a alegria e a esperança de uma plenitude de vida.
Não foi o próprio Deus quem deu o primeiro passo ao nosso encontro? Pela vinda de Jesus Cristo, Deus compromete-se numa verdadeira partilha com cada ser humano. Permanecendo muito além daquilo que podemos compreender, Deus torna-se muito próximo. (...)
Esta partilha com Deus realiza-se para nós na oração: pelo seu Espírito Santo, Deus vem habitar em nós. Pela sua palavra e pelos sacramentos, Cristo entrega-se a nós. Como resposta, nós podemos abandonar-nos nele. Não foi assim que Cristo acendeu um fogo na terra, esse fogo que já arde em nós? (...)
Se compreendemos o que Deus realiza por nós, as nossas relações mútuas são transformadas. Somos então capazes de uma comunhão autêntica com os outros, de uma partilha de vida na qual damos e recebemos.
O Evangelho convida-nos a dar o primeiro passo em direcção ao outro, sem termos antecipadamente a garantia de reciprocidade.
Em algumas situações, em particular quando há rupturas nos afectos, a reconciliação pode parecer inalcançável. Recordemos então que o desejo de reconciliação já é o seu começo. Cristo toma sobre si próprio o que pensamos não ter saída, e nós podemos confiar-lhe o que precisa ser curado. Isso prepara-nos para aproveitarmos as ocasiões de dar um passo, por muito pequeno que ele seja, em direcção a um apaziguamento.
A reconciliação pode transformar em profundidade as nossas sociedades. O Espírito de Cristo ressuscitado renova a face da terra. Deixemo-nos conduzir por esta dinâmica da ressurreição! Não desanimemos perante a complexidade dos problemas! Não esqueçamos que podemos começar com pouco.
A comunhão da Igreja sustenta-nos, ela é um local de amizade para todos. Estas palavras de um jovem da América Latina interpelam-nos: saberemos ser reflexo da compaixão de Deus?
Em situações de conflito, saberemos escutar o outro? Muitas separações seriam então menos dolorosas. Esforcemo-nos por nos colocar no lugar do outro.
Seremos capazes de chegar ao ponto de perdoar? Será que há outra forma de interromper a cadeia que faz perdurar as humilhações? Não se trata de esquecer um passado doloroso, nem de ser cegos face a situações actuais de injustiça. Mas o Evangelho chama-nos a ultrapassar a memória das feridas pelo perdão e mesmo a ir para além da nossa espera de um gesto de resposta. Encontramos assim a liberdade dos filhos de Deus." Tz